2013 - Diário de uma Lagarta

8 de novembro de 2013

sexta-feira, novembro 08, 2013

Dançando com a vida


Eu quis fazer as pazes com a vida
Olhei no fundo dos seus olhos, e fiz o convite
chamei a vida para dançar
Quem sabe assim, ela fica mais próxima a mim
e me convence a aceitá-la?
Ela sorriu de volta e veio ao meu encontro.
Me compliquei nos passos que ela começou a traçar
me embolei, cai e pensei que não conseguiria levar.
Quase desisti, quando a música começou a mudar
cada hora ela pedia um ritmo, e o passo começou a apertar.




Mas ela como mestre na arte de ensinar
me deixou segui-la aos 'trancos e barrancos'
até que eu aprendesse a rebolar.

                    

No final das contas decidi não trapacear
Confessei a vida, disse que não sabia dançar
Ela me olhou profundamente 
Aquele olhar me encheu o coração e então
segurando firme na cintura da vida
dançando com a música que ela pedia, prossegui.

No compasso do tempo, me empolguei
desistir? não mais....
ela não aceitaria a deselegância
de largá-la sozinha no meio do salão.
Inventei essa desculpa, por ela
Já não queria deixá-la 
ansiava pela continuação.

Então, 
Continuo dançando até agora, 
ainda não aprendi. 
Mas isso não é essencial. 
Ela me disse, com seus sorrisos 
e olhos profundos
que o ritmo pode mudar
os passos podem falhar mas, o mais
importante é dela vida, não largar.

Si Caetano

7 de novembro de 2013

quinta-feira, novembro 07, 2013

Cisne Negro - Relíquia de Colecionador






Quando vi o filme Cisne Negro pela primeira vez, me senti muito impactada, fiquei horas pensando sobre a personagem principal, e agora que o vi pela segunda vez, ao som da trilha sonora do filme decidi registrar algumas palavras mas antes, para quem ainda não assistiu vou contextualizar a história.
A personagem principal Nina Sayers interpretada pela vencedora do Oscar de melhor atriz, Natalie Portman, é bailarina e filha de uma ex-dançarina que a todo momento mesmo que sem dizer nitidamente pressiona a filha para ser o que ela não conseguiu ser . Essa pressão imposta pela mãe, faz de Nina uma moça extremamente exigente consigo mesma e obcecada por perfeição. Em meio a tanta exigência e rigidez, se tornar inflexível e mecânica era quase inevitável.








Então, surge uma grande oportunidade na cia de dança que Nina fazia parte: ser a Rainha dos Cisnes em uma atuação dupla. Nina vê a chance de chegar além em sua carreira como bailarina, porém sua técnica e rigidez não pareciam ser suficientes para interpretar os dois personagens da peça. Em O Lago dos Cisnes, a jovem princesa Odette sofre o feitiço de um mago e se transforma em um cisne. O tal feitiço só poderá ser quebrado caso um homem a ame exclusivamente. Um príncipe se dispõe a salvá-la, mas, a ardilosa Odile sua irmão gêmea (Cisne Negro) o encanta, fazendo assim com que a promessa dele seja quebrada. Desiludida, a princesa se submete a um ato da morte, inconformada pela perda de seu amor.

O cisne branco era perfeito para Nina, pois representava inocência e a graça, já o Cisne Negro a junção de malícia e sensualidade se tornou um desafio perverso que na busca por fazer com perfeição o segundo papel leva a bailarina a 'se perder' entre a realidade e ficção. Em um ambiente de inveja, cobiça e disputas entre as dançarinas, ela vai ficando cada dia mais obcecada e sua sanidade é colocada em cheque para que o Cisne Negro ganhe forma e agrade ao diretor da peça  (seu príncipe?) que a todo momento a desafia, chamando-a de frígida, gélida entre outros adjetivos pejorativos. 





A personagem Nina faz várias perigosas denúncias para nós: até aonde podemos chegar quando deixamos nosso desejo cego por perfeição dominar nossa mente ao ponto de nos entregarmos ao irreal? Será que realmente sabemos e conhecemos os nossos limites? Estamos nós totalmente livres de viver tais conflitos? Será que a pessoa que atravessa seu caminho te impedindo de viver de forma plena, não é você mesmo? 


De uma forma amplificada para quem assiste, o filme mostra a todo momento o caminho que a mente humana pode percorrer em um piscar de olhos da existência para levar alguém ao fundo do poço, ou ao fundo do lago, no caso do Cisne Negro.  Mas o fundo do lago para o Cisne Branco, foi o ápice do sucesso. A interpretação da atriz Natalie é brilhante, e não foi por acaso que levou quase todos os prêmios que foi indicada pelo papel, ela consegue viver a personagem de uma forma tão real que você não percebe que ela está interpretando. Apesar de ser uma história densa que a todo momento somos surpreendidos com os conflitos existenciais da personagem, o filme entra para uma lista de filmes únicos  ao explorar com intensidade a personagem principal e nos transportar para plateia do teatro.


Mas, são poucas as pessoas reais que conseguem perceber e se colocar no lugar do outro. Ter uma alma sensível a sentimentos e realidades fora seu infinito particular é raro, é um dom. Além de enxergar com lente de aumento a própria realidade, as pessoas que são agraciadas com este dom conseguem 'ver' muito além do objetivo, do lógico, do 'faz sentido' natural. A subjetividade dos fatos faz tanto sentido para elas quanto uma equação de álgebra para um matemático. É um dom também doloroso pois quem tem essa sensibilidade natural de ver 'almas humanas' com tamanha transparência mesmo atrás de rostos sorridentes, jamais conseguirá se manter rígido a dores, dilemas e conflitos alheios, sem se identificar e sofrer junto.




Agora podemos perguntar : Quem quer sofrer junto nos dias de hoje? Quem quer ouvir histórias em que o final não seja feliz? Quem quer tentar entender uma alma atormentada ? Cisne Negro pegou uma alma e a escancarou aos nossos olhos um drama psicológico, por isso talvez, não tenha caído no gosto popular. São poucos os que conseguem como ostras transformar dor em pérolas, pode existir então uma beleza na dor, mas com certeza são poucos os apreciadores do roteiro.

Cisne negro é como um carro antigo, relíquia de colecionador. Porque só quem o entende vai gostar e ter em sua coleção.  Eu o tenho na minha , e você ?






17 de setembro de 2013

terça-feira, setembro 17, 2013

E por falar em amor

Crédito imagem: Minilua.com



Eu sempre falei sobre o amor. Com certo saudosismo de quem nunca viu, mas queria ter certeza que ele existia. Sempre disse que ele, deveria acontecer primeiro, antes de qualquer outro sentimento.

Porque sem ele, a vida não vive. Não vinga, no máximo existe. Mas, parece que existir sem experimentar o amor, não tem sentido. Não dá liga, é cheio de vazios.

Esse tempo sem encontrar com o amor nos faz viver no tempo, mas sem perceber as horas.
Sempre tive esperanças, mesmo que solitárias. 

Sabia que ele existia, queria mesmo era desafiá-lo.

Ele que me encontre. Dizia no auge do meu cansaço experimental.


Pensava eu, que já havia pelo menos conhecido, poderia ter um dia o perdido, ou quem sabe tê-lo escondido naqueles lugares que depois a gente mesmo esquece.
Nunca tinha experimentado seus sintomas, como vontade espontânea de estar errada, ter medo de perder a pessoa amada, a sensação de simplesmente querer bem, pedir perdão estando com razão, coisas loucas que ouvia por aí.

Mas ele parece escolher o solo fértil dos corações cansados, para se apresentar.

E um dia, ele me veio de óculos, camisa de super herói, jeans, tênis, com um sorriso largo, olhos alegres, e muita, mas muita sintonia na mochila pesada, cheia de livros.

E desde que eu o conheci, tenho tido esses sintomas, entre outros tantos.
E desde que eu o conheci, não duvido mais da existência dele. Desde o dia em que minhas mãos puderam sentir o calor das mãos dele, eu não mais duvidei.

Sim, ele existe. O amor é real. E ele vem assim, embutido dentro da pessoa que você descobre ser mais que um simples amigo, um companheiro, um amante, um cúmplice, um anjo sem asas, um demônio sem chifres e sem tridente. Que pode te levar para o céu, ou para o inferno no mesmo segundo, desde que você saiba aonde quer ir, desde que você saiba que o encontrou, desde que você abra seus olhos e deixe o coração mostrar, firmar, assoprar as brasas e deixar queimar.

O melhor dessa entrega é que, quanto mais ele queima, quanto mais ele arde, mais ele produz brasas mais alegria eu sinto, mais a vida me traz respostas.

E o sentido está nisso. Saber que a vida não é só feita de desencontros, nem de pessoas sozinhas e tristes, nem de pessoas descartáveis e fúteis.E mesmo que chegue um dia em que o portador de tamanha joia se afaste, mesmo assim a chama se mantém acesa.

Agora, nós que o descobrimos passamos a ter os olhos mais brilhantes em qualquer lugar que nossas almas se lembrem, um do outro.E, então, com nome e sobrenome, endereço, e-mail, nickname, mesmo que a distância física se apresente não tenho a menor dúvida. Eu o conheci com ele, é ele.

O amor. Simples, livre, colorido, e arrebatador. E assim de brinde na cordinha do barbante, vem amarrada a paixão. Com encaixe perfeito de cheiros, desejos, vontades e suspiros.

Existe forma melhor de viver nossos dias aqui nesta terra?
Não, eu acredito que não.

Enquanto ele estiver aqui dentro, eu estarei assoprando as brasas.
Meu amor, amor.
Igual ao seu, nunca existirá.
Antes de você, nunca existi, nem existiu.

Seu nome fez simbiose com a palavra, amor.
Desconheço outro sinônimo. 
Desconheço-me sem você.



Belo Horizonte, 16 de Setembro de 2013.



24 de abril de 2013

quarta-feira, abril 24, 2013

Última página do caderno.




Vou alimentar meu coração com suas palavras quando sua presença não puder me dizer nada. Vou me lembrar dos teus olhos quando eu fechar os meus. Sua respiração intercalando com a minha é melhor que ouvir Djavan. Vou sorrir ao lembrar do seu sorriso, sinto seu cheiro mesmo quando passo meu perfume. Vou manter vivo nosso amor durante o dia, para aquecer minha alma à noite. A noite já vem. Mas pra gente, sempre é dia.

Si.Caetano

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