maio 2015 - Diário de uma Lagarta

27 de maio de 2015

quarta-feira, maio 27, 2015

Prefiro um cafajeste a um babaca.





Costumo dizer que entendo perfeitamente porque algumas mulheres preferem a companhia de um cafajeste a de um babaca. Existe uma diferença sutil mas que faz toda a diferença na hora que uma mulher escolhe dar chance para um homem se aproximar, dar passos adiante ao encontro. E não pense você que a mulher não sabe com quem ela está lidando, porque ela sabe sim. 

No fundo, ela sempre soube que aquele rapaz bonito, simpático, atencioso, inteligente, galanteador e provocante era um cafajeste. Sabemos sim, sabe porque? Porque se ele fosse tudo isso dificilmente estaria sozinho, se está sozinho é porque escolheu estar, e homens perfeitos não existem...assim como mulheres perfeitas, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Acontece que está aí a marca do cafajeste : embora não se possa levar nada do que ele diz a sério, ele pelo menos pensa para dizer, pelo menos ele articula, usa o cérebro, é criativo e na maioria das vezes te faz sentir como se fosse a única, mesmo que seja só naquele momento. E se a mulher é carente, é caixão e vela branca. Mais uma para a lista extensa desta espécie que não entra em extinção nunca. Se ela achar que ele vai levá-la ao altar, coitada. Coitada. O máximo que pode acontecer é mais um encontro e olhe lá. A realidade é que o cafajeste é um excelente amante. E fisga a mulher pelo ponto fraco, o romantismo. 

Não estou fazendo discurso em prol de cafajestes, OK? Mas...se a mulher for mulher ela vai saber o que quer para si, e não vai ser Alice no País da Maravilhas. Agora se ela ainda acreditar em princesas e príncipes vai continuar beijando sapos na esperança de que a 'magia' uma hora funcione. Acorda Alice. E o babaca? Bem, o babaca, é um babaca ! É o cara que embora seja aparentemente legal é um cafajeste sem inteligência , sem articulação, é o famoso mané, que só dá bola fora! É aquele cara que só fala dele, só se interessa por ele, é o cara que acha ruim quando se aproxima de uma mulher e ela não dá oportunidade dele avançar e ainda acha que está fazendo demais em dizer : oi gata. É o cara que puxa o braço de uma mulher em um lugar público até torcer porque ela não quis beijá-lo a força. Babaca é aquele ex que te chama para conversar e fala para você que está pegando “fulana” porque a fila tem que andar. Babaca é aquele que diz para você que você o atraiu de uma forma especial e repete o mesmo discurso para sua amiga gostosa. 

Babaca é o cara que faz você sentir que tem algo errado com você, quando na verdade ele é quem está fazendo tudo errado. É aquele que quer falar mais alto que você na roda de amigos, que te desmente na frente da família, que te xinga no caixa da padaria porque você não escolheu o pão do jeito que ele queria. Babaca é o cara que faz questão de dizer para você que fulana que hoje é famosa, já foi namorada dele, e que a filha do pastor x também, e do pastor y também, e que a melhor amiga dele no fundo é louca por ele. Ou seja : o babaca nada mais é do que aquele cara inseguro, imbecil e sem assunto que para se autoafirmar, usa as pessoas, os carros, os amigos famosos e ricos, os elogios que um dia ele recebeu, e se possível vai usar você também. E esse ser desprezível que na maioria das vezes também é um péssimo amante. Enfim. Acho que pode se aplicar para ambos os sexos, mas falo do que sei, vejo, ouço e vivo.

Por fim, faço apelos : 
1 - Mulheres, fujamos de ambos. Até que o item 3 ouça meu apelo. 
2 - Homens Não sejam babacas. 
3 - Cafajestes : Sejam monogâmicos para nosso bem. 
4 - Babacas : Se explodam. 


 Simone Caetano.

14 de maio de 2015

quinta-feira, maio 14, 2015

Urgente: devolva minhas ilusões



A realidade me matou. A ilusão me mantinha com esperança. Ter esperança com consciência da realidade parece quase impossível. Quando eu vejo os fatos sinto medo e um bocado de tristeza. Alegria é impossível quando se tem consciência latente. No máximo, por um momento distraído. Alegria perene, não. A realidade não dá folga. Ela dá no máximo trégua.

Já a ilusão nos dá um outro olhar, vemos mas vemos uma realidade diferente, mais coerente, mais cheia de oportunidades, igualitária, com sentido de plenitude, mais conveniente, mais acolhedora, mais bonita, mais merecedora de crédito. Quem tira a ilusão de alguém, deve saber que está assassinando uma alma atoa. Para que viver consciente neste mundo cão? Onde a realidade brinca com sarcasmo, zomba da nossa boa vontade, e nos humilha mostrando o tempo todo a nossa impotência diante da sua força?

Preciso de uma ilusão, por favor me iluda, com fé, me dê de novo aquela religião forte, que justifica minha pobreza. Não suporto mais ter tanta consciência do mundo sombrio que estamos metidos. Não tenho mais nada a que me agarrar. Não tenho um dogma inquestionável, não tenho uma utopia platônica, não tenho um time infalível, não tenho um dom anormal, não faço nada pela humanidade, não saio de casa com saquinhos plásticos recicláveis, não acredito que os animais sejam melhores que humanos, não consigo achar nos livros a melhor viagem que o homem inventou, não pratico esportes, não quero ser a melhor mãe do mundo, não quero fazer melhor para deixar um legado para outros, não consigo acreditar no futuro, não confio em quem não olha nos olhos, nem em quem não se expõe ao ridículo, nem em quem não sabe rir de si mesmo,  não acredito em boas intenções, não acredito em palavras de ações contrárias, não quero mais escrever um livro, não acho que a família é imaculada, acho que livros de autoajuda são a causa maior da desgraça na terra. E agora?

Talvez eu esteja tendo apenas um dia triste, talvez essa seja minha atual realidade, não sei. Mas, se pudesse dar um grito para o mundo ouvir seria - Ressuscita-me ignorância!




Belo Horizonte, 23/04/2014

4 de maio de 2015

segunda-feira, maio 04, 2015

Oração de quem escreve



Antes de escrever, faço essa oração: 

Quero ser invisível aos olhos do insensato. Aquela gente que só repete e não reflete. 
Que minhas palavras sejam expressões e não armas contra mim mesma, nem contra o outro. Não quero assassinatos com minha escrita, só quero aliviar a alma, só quero expor o que eu sinto, o que calo, o que espalho. 
Que não ajunte sobre mim o peso da má interpretação, nem dos sentimentos, nem dos meus textos, menos ainda dos meus pensamentos soltos. Que as múltiplas possibilidades sejam as primeiras a se apresentar e que, a identidade verdadeira se apresente, sem precisar explicar. 

Que cada um consiga retirar do que escrevo, aquilo que necessita para si. E se não conseguir, que respeite quem conseguiu. Que não entendam cada linha, uma autobiografia do autor, mas que absorvam o dna dele, contido em cada cenário descrito, como o criador ou escondido nas entrelinhas.  

Que espalhem pela rede minhas escritas, mas que digam que são minhas e não usurpem minhas palavras, como se fossem delas. Que não matem minha expressão, dizendo que não me pertencia. 

Que as palavras que de mim saem derrubem o que já deveria ter caído, e que construa o que pode ser absolvido. Que mantenha o que é base. 
Que não falte inspiração.

Que não falte dor, que sobre amor e que mais que livros, eu produza afetos. 

Pois um conjunto de belas palavras não são suficientes para construir um bom texto.

É preciso dizer algo. Que vai além de escrever.
Eu digo inferno, mas queria mesmo era ler céu. 
Já dizia J. Castro. Queria dizer isso também.

Amém. 


3 de maio de 2015

domingo, maio 03, 2015

Choro é sinal de vida




Acumulamos orgulhos e tristezas no coração até entupir a percepção da vida. Quando cai em nós uma gota de consciência e amor, desaguamos esses entulhos em forma de choro, uma copiosa tempestade de lágrimas que saem jogando tudo pra fora. 

Perdemos o ar, suspiramos pesado, balbuciamos grunhidos como se fossem palavras, pedimos socorro a existência, molhamos a camisa e ficamos ali, até secar.

Passado o soluço, mais que de repente, nossa alma responde: agora chega, já me lavei, pode levantar.

Tomamos um banho, um bom café, dormimos e seguimos pela vida. No dia seguinte, como se nada tivesse acontecido, lá estamos nós de novo, a entupir as veias da alma com alguns entulhos, recolhemos os antigos e acrescentamos novos.

Não penso que não aprendemos, penso que enquanto vivermos neste mundo, todo ser de carne há de sagrar. Nem que seja pelos olhos. Quem perde a capacidade de chorar, já morreu ou nunca viveu de verdade. 

Meu desejo sempre será, que nunca percamos a capacidade de 
de chorar. Chorar é se renovar. É se dar chance de limpar, é se arrepender, é ressuscitar. É se afetar. 
Todo ser que tem afeto, se afeta. Afetará. 


Si Caetano  - 03/05/2015

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