2015 - Diário de uma Lagarta

22 de setembro de 2015

terça-feira, setembro 22, 2015

Não sou poeta



Não sou poeta
Não precisa medir o que escrevo, categorizar, porque realmente não presta.
Não me interessa a beleza das palavras, me interessa o sentimento que elas espelham. 
Por isso, não posso ser poeta.
Sou escrava das ideias e não das palavras, não posso ser poeta.
Sou pretensiosa: quero lidar com âmagos, não posso ser poeta.
Não me interessa se fez rima, se falou bonito, se é literatura fina, não posso ser poeta.
Não preciso ser chamada de escritora para escrever, não posso ser poeta. 
Ainda sim, escrevo com a poesia. Se essa servir para dizer algo, que diga.
Mas não posso ser poeta e não sou.
Agora posso ser quem sou.
Só uma alma que fala.
Falarei.







14 de setembro de 2015

segunda-feira, setembro 14, 2015

Não deixa ela entrar






Se o nosso pensamento voa por alguns segundos e não encontra lugar de repouso, algum sentimento vai querer nos dar abrigo, nunca saberemos qual. Tenho a sensação que a tristeza é a primeira a se apresentar e como somos carentes, não queremos dispensar a companhia, a convidamos para entrar. Ela se instala no peito, pronto. Colocamos uma música sombria para ela fazer mais sentido, começamos a pensar com sua energia e o que era apenas um vagar sem motivo se torna um pensamento fixo: nada faz sentido. Estamos tristes, sem forças, sugados, cansados de respirar, sem vida, sem motivos para movimentar, então nos sabotamos. Primeiro, deixamos de organizar nossas coisas, depois atolamos tarefas, em seguida perdemos a vontade até de tomar banho, e por fim o sono profundo nos consome como se a vida tivesse nos abandonado. Nos esforçamos para fazer o básico, ir ao banheiro, se alimentar, tentamos de todas as formas disfarçar que nesse momento não temos mais nada além de incômodos. Parece que fica um gosto amargo na boca, ter que engolir a própria saliva é uma penitência. O único pensamento que alivia é o que não temos quando estamos dormindo, por isso corremos para lá. O que era para ser um momento se transforma em horas, dias, meses, anos, uma vida inteira. Tínhamos uma rotina, um plano, algumas expectativas e de repente, nos abortamos em vida. 

Quando a tristeza  se instala perpetuamente ela vira um modo de ser. É como se modificasse nossa forma de ver o mundo, de sentir e perceber a vida. Eu não chamo de depressão uma tristeza com causas reais de dor, fruto do luto, da desgraça, da doença, da injustiça, eu chamo de depressão essa forma de viver em que não suportamos lidar com as questões mais fundamentais da vida, tudo é pesado, tudo vira motivo para reforçar nossa falta de sentido, é uma doença da qual, precisamos cuidar não é apenas uma tristeza. É um buraco escuro, cheio de lama que quanto mais a gente tenta sair mais fundo parece que caímos. Não é voluntário, que fique claro. Alguns de nós têm em si pré-disposição a dar lugar à ela, outros podem estar com o biológico alterado, e por falta de certas enzimas no organismo, ela encontra eco e espaço. São muitas as razões pelas quais ela pode entrar. O que eu sei é que não precisamos dela. Não precisamos receber ordens de uma entidade tão nefasta. 

O vírus é uma incógnita para a ciência pois, ele tem comportamento de ser vivo mas quando está dentro de um, fora do ser humano ele não tem as mesmas características. Dentro, ele se reproduz, impregna o ser infectado com seu material genético. Para mim a depressão é um vírus emocional. Não sabemos exatamente da onde ela vem, como ela chega, por que ela existe, qual sua origem inicial, mas sabemos que se ela entrar, ela vai se reproduzir como um vírus. Ela tem seu DNA próprio, seus códigos estão cheios de dor, morte, ausência de sentido e tristeza. 

Mas como um vírus, ela pode ser evitada, combatida, e destruída. Não podemos ignorar a depressão como se ela não fosse o que é: uma doença. E sim, é contagiosa. Dê uma olhada ao seu redor, dê uma olhada em você. Se pergunte a quanto tempo sua mente te fala da mesma dor, do mesmo pé na bunda, do mesmo fracasso, da mesma rejeição? Há quanto tempo você está levando sua vida mais cedo para cama, há quanto tempo suas gavetas estão desorganizadas? Há quanto tempo você não sorri com a vida? Há quanto tempo você disse para você que não vale a pena? Há quanto tempo você desistiu? É a resposta para estas perguntas que dirá se o que existe na gente já é patológico, ou não. Independente do que seja, compartilhe com outras pessoas, peça ajuda. Não fique dentro de você por muito tempo, sozinho. Você pode esquecer o caminho de volta. 

Eu não saberei te responder qual o sentido da sua vida, quais as respostas para suas dores, qual a saída do seu caos, mas eu sei que não precisamos deixar ela entrar. Eu sei que para mim funciona viver, com toda verdade da minha existência, ainda que sem respostas, estou buscando no dia de hoje, o sentido para acordar, respirar, descobrir o que eu gosto, quais são meus gostos, meu DNA próprio, a parte que cabe a mim nesse mundo. Sem vagar demais no pensamento, sem dar asas ao que não encontra repouso, e dentro de todas as características que descubro a cada dia, a que mais me surpreendo é a de ressuscitar. Somos feito de vida. É inerente a nós.  

Talvez aquela música bonita, um café, suspiros leves possam ser pequenas chances que a gente se dá para tomar fôlego, aliviar o peito e continuar. Tenhamos cuidado com as nossas tristezas, jamais apego. Quando o pensamento vagar, observe-o e cuide para que ele não traga junto uma presença indesejada. Se ela (tristeza) já estiver com você deixa ir, precisamos de companhias melhores.



9 de junho de 2015

terça-feira, junho 09, 2015

Platão tem razão



São aqueles olhares que não se cruzam, mas um deles, observam atentamente. O amor platônico é o encontro de um só. É um ser dizendo que encontrou seu grande tesouro enquanto o outro nem sabe se queria ser encontrado por quem o achou. É o desencontro dos olhares, onde o olhar que foi encontrado não percebe que outros olhares os observam fixamente, ardentemente. 
São devotos do amor platônico, na maioria observadores e com um certo íma para encontrar no desencontro dos olhares aquele ‘amor perfeito’ que existe dentro da imaginação equivocada de todos nós. Não sei se por sina ou escolha racional mesmo (embora isso seja difícil) acabam sempre sendo atraídos por pessoas que seus olhares indicaram como sendo seus possíveis amores impossíveis, pois assim são os amores platônicos, impossíveis de serem vividos pois na maioria dos casos o ser amado não sabe que o é , não faz nem ideia e provavelmente nunca saberá mesmo. 
É aquela admiração secreta, muda, velada. O ser admirado muitas vezes é visto como um semideus acima da média humana, imortal e por isso a impossibilidade de correspondência seja tão forte nesse tipo de “amor”
É aquele choro escondido ao saber que seu “grande amor” conheceu um grande amor e não se tem coragem de dizer nada pois pensa-se com aquela ‘certeza absoluta’ que nunca será correspondido por achar que o ser amado é ‘demais’ para si ( na imaginação) e tudo acontece lá dentro, o encontro o primeiro beijo, tudo isso dentro de um campo de batalha constante que é a mente humana.
Amar dentro da mente é mais cômodo, prático e fácil. Amar no dia a dia é difícil, manter a admiração por alguém que se conhece por inteiro, saber de todos os defeitos e qualidades e ainda responder sim para o amor é coisa de gente grande, de alma limpa e coração nobre. O amor platônico nos deixa meio covarde, na verdade um covarde e meio.
Quem tem um amor platônico no fundo sabe que a correspondência desse amor significa o fim do amor, toda a perfeição que foi criada será esmagada pela realidade e então talvez por isso a possibilidade desse ‘amor acontecer’ seja descartada, na maioria dos casos prefere-se a fantasia, o sonho, o filme, os contos, escrever sobre ele é bem mais seguro do que todas as verdades de um amor possível, é mais confortável assim.
Mas deixar o ser livre para outro amado, se ver fora da possibilidade de correspondência, sabendo que não é parte daquilo que o “encontrado” deseja encontrar, dói.
E não tem como escapar, se é amor mesmo que platônico... tem que doer.


Belo Horizonte, 02/08/2011

27 de maio de 2015

quarta-feira, maio 27, 2015

Prefiro um cafajeste a um babaca.





Costumo dizer que entendo perfeitamente porque algumas mulheres preferem a companhia de um cafajeste a de um babaca. Existe uma diferença sutil mas que faz toda a diferença na hora que uma mulher escolhe dar chance para um homem se aproximar, dar passos adiante ao encontro. E não pense você que a mulher não sabe com quem ela está lidando, porque ela sabe sim. 

No fundo, ela sempre soube que aquele rapaz bonito, simpático, atencioso, inteligente, galanteador e provocante era um cafajeste. Sabemos sim, sabe porque? Porque se ele fosse tudo isso dificilmente estaria sozinho, se está sozinho é porque escolheu estar, e homens perfeitos não existem...assim como mulheres perfeitas, quando a esmola é demais, o santo desconfia. Acontece que está aí a marca do cafajeste : embora não se possa levar nada do que ele diz a sério, ele pelo menos pensa para dizer, pelo menos ele articula, usa o cérebro, é criativo e na maioria das vezes te faz sentir como se fosse a única, mesmo que seja só naquele momento. E se a mulher é carente, é caixão e vela branca. Mais uma para a lista extensa desta espécie que não entra em extinção nunca. Se ela achar que ele vai levá-la ao altar, coitada. Coitada. O máximo que pode acontecer é mais um encontro e olhe lá. A realidade é que o cafajeste é um excelente amante. E fisga a mulher pelo ponto fraco, o romantismo. 

Não estou fazendo discurso em prol de cafajestes, OK? Mas...se a mulher for mulher ela vai saber o que quer para si, e não vai ser Alice no País da Maravilhas. Agora se ela ainda acreditar em princesas e príncipes vai continuar beijando sapos na esperança de que a 'magia' uma hora funcione. Acorda Alice. E o babaca? Bem, o babaca, é um babaca ! É o cara que embora seja aparentemente legal é um cafajeste sem inteligência , sem articulação, é o famoso mané, que só dá bola fora! É aquele cara que só fala dele, só se interessa por ele, é o cara que acha ruim quando se aproxima de uma mulher e ela não dá oportunidade dele avançar e ainda acha que está fazendo demais em dizer : oi gata. É o cara que puxa o braço de uma mulher em um lugar público até torcer porque ela não quis beijá-lo a força. Babaca é aquele ex que te chama para conversar e fala para você que está pegando “fulana” porque a fila tem que andar. Babaca é aquele que diz para você que você o atraiu de uma forma especial e repete o mesmo discurso para sua amiga gostosa. 

Babaca é o cara que faz você sentir que tem algo errado com você, quando na verdade ele é quem está fazendo tudo errado. É aquele que quer falar mais alto que você na roda de amigos, que te desmente na frente da família, que te xinga no caixa da padaria porque você não escolheu o pão do jeito que ele queria. Babaca é o cara que faz questão de dizer para você que fulana que hoje é famosa, já foi namorada dele, e que a filha do pastor x também, e do pastor y também, e que a melhor amiga dele no fundo é louca por ele. Ou seja : o babaca nada mais é do que aquele cara inseguro, imbecil e sem assunto que para se autoafirmar, usa as pessoas, os carros, os amigos famosos e ricos, os elogios que um dia ele recebeu, e se possível vai usar você também. E esse ser desprezível que na maioria das vezes também é um péssimo amante. Enfim. Acho que pode se aplicar para ambos os sexos, mas falo do que sei, vejo, ouço e vivo.

Por fim, faço apelos : 
1 - Mulheres, fujamos de ambos. Até que o item 3 ouça meu apelo. 
2 - Homens Não sejam babacas. 
3 - Cafajestes : Sejam monogâmicos para nosso bem. 
4 - Babacas : Se explodam. 


 Simone Caetano.

14 de maio de 2015

quinta-feira, maio 14, 2015

Urgente: devolva minhas ilusões



A realidade me matou. A ilusão me mantinha com esperança. Ter esperança com consciência da realidade parece quase impossível. Quando eu vejo os fatos sinto medo e um bocado de tristeza. Alegria é impossível quando se tem consciência latente. No máximo, por um momento distraído. Alegria perene, não. A realidade não dá folga. Ela dá no máximo trégua.

Já a ilusão nos dá um outro olhar, vemos mas vemos uma realidade diferente, mais coerente, mais cheia de oportunidades, igualitária, com sentido de plenitude, mais conveniente, mais acolhedora, mais bonita, mais merecedora de crédito. Quem tira a ilusão de alguém, deve saber que está assassinando uma alma atoa. Para que viver consciente neste mundo cão? Onde a realidade brinca com sarcasmo, zomba da nossa boa vontade, e nos humilha mostrando o tempo todo a nossa impotência diante da sua força?

Preciso de uma ilusão, por favor me iluda, com fé, me dê de novo aquela religião forte, que justifica minha pobreza. Não suporto mais ter tanta consciência do mundo sombrio que estamos metidos. Não tenho mais nada a que me agarrar. Não tenho um dogma inquestionável, não tenho uma utopia platônica, não tenho um time infalível, não tenho um dom anormal, não faço nada pela humanidade, não saio de casa com saquinhos plásticos recicláveis, não acredito que os animais sejam melhores que humanos, não consigo achar nos livros a melhor viagem que o homem inventou, não pratico esportes, não quero ser a melhor mãe do mundo, não quero fazer melhor para deixar um legado para outros, não consigo acreditar no futuro, não confio em quem não olha nos olhos, nem em quem não se expõe ao ridículo, nem em quem não sabe rir de si mesmo,  não acredito em boas intenções, não acredito em palavras de ações contrárias, não quero mais escrever um livro, não acho que a família é imaculada, acho que livros de autoajuda são a causa maior da desgraça na terra. E agora?

Talvez eu esteja tendo apenas um dia triste, talvez essa seja minha atual realidade, não sei. Mas, se pudesse dar um grito para o mundo ouvir seria - Ressuscita-me ignorância!




Belo Horizonte, 23/04/2014

4 de maio de 2015

segunda-feira, maio 04, 2015

Oração de quem escreve



Antes de escrever, faço essa oração: 

Quero ser invisível aos olhos do insensato. Aquela gente que só repete e não reflete. 
Que minhas palavras sejam expressões e não armas contra mim mesma, nem contra o outro. Não quero assassinatos com minha escrita, só quero aliviar a alma, só quero expor o que eu sinto, o que calo, o que espalho. 
Que não ajunte sobre mim o peso da má interpretação, nem dos sentimentos, nem dos meus textos, menos ainda dos meus pensamentos soltos. Que as múltiplas possibilidades sejam as primeiras a se apresentar e que, a identidade verdadeira se apresente, sem precisar explicar. 

Que cada um consiga retirar do que escrevo, aquilo que necessita para si. E se não conseguir, que respeite quem conseguiu. Que não entendam cada linha, uma autobiografia do autor, mas que absorvam o dna dele, contido em cada cenário descrito, como o criador ou escondido nas entrelinhas.  

Que espalhem pela rede minhas escritas, mas que digam que são minhas e não usurpem minhas palavras, como se fossem delas. Que não matem minha expressão, dizendo que não me pertencia. 

Que as palavras que de mim saem derrubem o que já deveria ter caído, e que construa o que pode ser absolvido. Que mantenha o que é base. 
Que não falte inspiração.

Que não falte dor, que sobre amor e que mais que livros, eu produza afetos. 

Pois um conjunto de belas palavras não são suficientes para construir um bom texto.

É preciso dizer algo. Que vai além de escrever.
Eu digo inferno, mas queria mesmo era ler céu. 
Já dizia J. Castro. Queria dizer isso também.

Amém. 


3 de maio de 2015

domingo, maio 03, 2015

Choro é sinal de vida




Acumulamos orgulhos e tristezas no coração até entupir a percepção da vida. Quando cai em nós uma gota de consciência e amor, desaguamos esses entulhos em forma de choro, uma copiosa tempestade de lágrimas que saem jogando tudo pra fora. 

Perdemos o ar, suspiramos pesado, balbuciamos grunhidos como se fossem palavras, pedimos socorro a existência, molhamos a camisa e ficamos ali, até secar.

Passado o soluço, mais que de repente, nossa alma responde: agora chega, já me lavei, pode levantar.

Tomamos um banho, um bom café, dormimos e seguimos pela vida. No dia seguinte, como se nada tivesse acontecido, lá estamos nós de novo, a entupir as veias da alma com alguns entulhos, recolhemos os antigos e acrescentamos novos.

Não penso que não aprendemos, penso que enquanto vivermos neste mundo, todo ser de carne há de sagrar. Nem que seja pelos olhos. Quem perde a capacidade de chorar, já morreu ou nunca viveu de verdade. 

Meu desejo sempre será, que nunca percamos a capacidade de 
de chorar. Chorar é se renovar. É se dar chance de limpar, é se arrepender, é ressuscitar. É se afetar. 
Todo ser que tem afeto, se afeta. Afetará. 


Si Caetano  - 03/05/2015

24 de abril de 2015

sexta-feira, abril 24, 2015

Quero tudo




Me pego querendo prender.
Prender a sorte, os sonhos e você.
No fundo, queria tudo só para mim.

Quem não quer?
Acho que sim,
pensar que os outros desejam
o mesmo que eu,
justifica meu egoísmo.

Mas logo, passa.
Volto a desejar.

Não quero tudo de uma vez,
porque não sei lidar com estoques.
Mas quero sim, tudo.
Pouco a pouco,
tudo o que a vida tem para me dar.

incluindo você,
do jeito que está
de barba, óculos e besteiras.
Quero tudo
que nosso amor
pode me dar.


Si Caetano 16/07/2013
Atualizado - 24/04/2015

19 de fevereiro de 2015

quinta-feira, fevereiro 19, 2015

Corações de mãos dadas




A intimidade do casal é exposta ao dar as mãos em público. É muito mais erótico que um beijo. 
Dar as mãos vai além de entrelaçar dedos, é trocar calor. É sentir a pulsação do outro, que naquele momento intencionalmente, se aproximou de você. Quando amamos, dar as mãos traz para o visível uma disposição mental, uma decisão que existe no invisível. É uma sensação de prazer inegociável, darmos as mãos à aquela pessoa que nos habita por inteiro. Pensamentos intenções, atos e negações. Um casal que não da as mãos, provavelmente não está de mãos dadas no amor. 


Eu, não percebia nada disso, antes das minhas mãos encostarem as mãos dele. Hoje, eu estou contando os dias para voltar a dar as mãos fisicamente. Porque no mais, nossas mãos nunca se soltaram. Nem a 2.000 quilômetros de distância. 


Si Caetano - A Lagarta 


6 de janeiro de 2015

terça-feira, janeiro 06, 2015

O Chato



O chato não se importa de ser. 
Geralmente, é simpático. Quer se mostrar útil.
Oferece serviço, produtos, soluções, teorias e tem sempre uma caneta na mão para emprestar. Tem sempre uma palavra supimpa para dar, sobre aquilo que você não perguntou.

É aquele ser que as pessoas dispensam, porque precisar dele é ter que aguentar sua presença insistentemente desagradável. 

O chato não sabe o valor do silêncio, fala incansavelmente por horas a fio e descaradamente te pergunta se está incomodando.

Desconfiômetro não veio de série.

O chato, é o dono da loja que vive contando suas infinitas histórias de viagens enquanto você está doido para pagar sua conta e ir embora. É aquele parente que tem coragem de dizer a meu respeito para o fulano ao lado, como se eu não estivesse presente. 

É o mestre da piadinha sem graça, é o espanta bolinho. É ele chegar para cada amigo inventar uma desculpa e ir embora, tudo em questão de segundos. 

Cuidado, se um ser que você desconhece a procedência, te abordar com "desculpa, não quero ser chato". 

Fuja. Está na frente de um. 

E cá para nós, não é que ele não quer ser chato, ele só não quer que você descubra logo de cara. 

Cara, como é chata sua existência. 
Vê se me erra e acerta alguma coisa.
Nem que seja a hora de ir embora.
Já deu. Já foi?

Autora: Si Caetano

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